Mercado imobiliário apresenta bons resultados e supera expectativas em Joinville
A rápida capacidade de adaptação da indústria da construção civil diante da crise imposta pela pandemia, aliada a fatores da conjuntura econômica nacional como a queda na taxa Selic e nos juros do financiamento imobiliário – que tornaram o ambiente de negócios favorável para quem sonha com a casa própria – foram alguns dos fatores que garantiram ao mercado joinvilense reflexos menos severos do que em outras regiões do país.
A análise é do diretor de Relações Institucionais do SINDUSCON Joinville, Vilson Buss, que vê o ano se aproximar do fim de forma bem mais positiva do que começou. “Não podemos negar os desafios, mas em muitos estados brasileiros a situação realmente foi muito crítica. Felizmente, na nossa região, os dados mostram que o mercado se manteve ativo tanto nos negócios quanto na geração de empregos”, comenta.
Para o diretor, indicadores do mercado imobiliário na cidade e números nacionais sustentam o otimismo. No Brasil, a indústria da construção civil criou mais de 50 mil novos empregos com carteira assinada somente em agosto, segundo o Caged. Em Santa Catarina, de janeiro a agosto foram criados 3.699 novos postos de trabalho no setor.
“Nos indicadores comerciais, Joinville também apresenta bons números. A maioria das empresas demonstrou sua capacidade de adaptação, inovação e criatividade em tempos de crise, o que demonstra a agilidade e a maturidade do setor diante dos desafios”, avalia Vilson.
Em Joinville, segundo levantamento da Brain, o VGV de lançamentos residenciais aumentou 48% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O VGV vendido (na comparação dos meses de abril, maio e junho de 2019 e 2020) também subiu: passou de R$ 82 milhões para R$ 96 milhões respectivamente.
Metas superadas e novos mercados
Bons exemplos de empresas que demonstraram seu poder de superação não faltam. A Rôgga Empreendimentos faz um balanço positivo até setembro de 2020. De acordo com o diretor comercial da construtora, Thales Silva, o ano tem sido excelente. “Implementamos várias frentes de trabalho para nos adaptar aos desafios da pandemia. Até o terceiro trimestre crescemos em média 46,6% em vendas em comparação ao mesmo período do ano passado”, diz.
Segundo Thales, os números mostram que a empresa acertou nas estratégias. As metas para o próximo ano já estão traçadas e o otimismo é inegável. “A nossa expectativa é manter o ritmo de vendas até o fim do ano, fechando na média de crescimento em torno dos 50%, um excelente resultado”, avalia o diretor. Neste ano, a construtora já entregou 1.150 apartamentos em 14 torres, ultrapassando um VGV de R$ 315 milhões nas cidades de Joinville, Balneário Piçarras, Penha, Barra Velha e Jaraguá do Sul.
Com metas superadas, a Rôgga já tem estratégias traçadas para o próximo ano, que incluem a expansão para novos mercados, como a região metropolitana de Florianópolis. Líder no Norte catarinense, a empresa prevê o lançamento de 12 empreendimentos em 2021, com VGV superior a R$ 400 milhões e cerca de 1.500 apartamentos.
Recorde de vendas
A análise do diretor comercial e sócio da LHW Engenharia, Cristiano Watzko, também não poderia ser melhor. “Nos últimos 12 meses nós batemos o maior recorde de vendas da nossa história”, comemora.
O sucesso nas vendas é atribuído justamente à pandemia. “As famílias ficaram mais tempo em casa e passaram a dar mais valor à necessidade de morar bem. Muitos tiveram que interromper planos de viagens, idas a restaurantes, gastos com lazer e acabaram concentrando suas atenções e investimentos em suas moradias”, avalia.
Para Cristiano, não são exatamente imóveis grandes os queridinhos dos compradores. Inovação, conforto, localização e tecnologia são bons atrativos. Empresas com presença digital também mantiveram as vendas ativas. Os juros baixos foram outros facilitadores. “Superamos metas de faturamento, unidades vendidas, VGV e lançamentos e acreditamos que a recuperação do setor deve se manter estável se a conjuntura política e econômica do país também se mantiver como está.”
Sócio-diretor da Wecon Empreendimentos, Antônio Carlos Wolf informa que a construtora fará dois lançamentos ainda neste ano e mais um no início de 2021. “O mercado está dentro das expectativas, mas, ainda assim, precisamos da implementação das reformas e da manutenção dos juros baixos, assim como da inflação estável”, analisa. Com mais de 35 anos de experiência no ramo imobiliário, a empresa já entregou mais de 60 empreendimentos, ultrapassando duas mil unidades residenciais.